segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Aprender


Aprender

William Shakespeare

Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não sabe amar, contudo o ama como pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto... Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar... Que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.



Fonte: Pensador.Info
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domingo, 22 de agosto de 2010

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (13,22-30)


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (13,22-30)

Naquele tempo, Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” Jesus respondeu: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’. Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti e tu ensinaste em nossas praças!’ Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ Ali haverá choro e ranger de dentes quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas, no reino de Deus e vós, porém, sendo lançados fora. Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no reino de Deus. E assim há últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos”.

Comentário

Este recado de Jesus é para você que acredita que o Paraíso não é privilégio somente de alguns poucos e que, a salvação está reservada para todos os filhos de Deus. Todos, sem nenhuma exceção, são chamados. A única condição imposta é ter que entrar pela porta estreita.

"Esforce-se por passar pela porta estreita". Foi essa a resposta de Jesus ao homem que o questionou, mas na verdade esse homem estava mais interessado em saber qual o número dos escolhidos por Deus. Assim como ele, também eu e você, estamos curiosos por saber quantos serão selecionados para o Paraíso.

Saber se são muitos ou poucos os que se salvam, não é o mais importante. Importante mesmo é nos esforçarmos para fazer por merecer um lugar no céu. No entanto, as tentações são muitas. Trilhar o caminho de Deus exige entrega e resignação. Jesus deixa bem claro que o caminho da salvação não é fácil.

O evangelho diz que Jesus atravessava cidades e povoados ensinando e que prosseguia seu caminho para Jerusalém. Esse é o caminho que Jesus percorreu; um caminho dificílimo e muito caro. Pagou o pedágio com sua própria vida.

Caminhar para Jerusalém significa entregar-se ao sacrifício supremo da Cruz. Era preciso cumprir o Projeto de Deus Pai. Jesus sabia que somente através de sua total entrega as portas para a eternidade seriam abertas para toda humanidade, sem nenhuma restrição. Por isso, todos têm seu lugar reservado.

As portas estão abertas. Jesus já cumpriu sua parte no Plano de Salvação. No entanto, Ele nos alerta que não é fácil o acesso, pois o caminho é penoso e a porta é estreita. Em compensação, os caminhos que o mundo recomenda, não têm obstáculos, são asfaltados e levam a portas amplas e largas.

O caminho que Jesus nos aponta pode ser comparado a uma ponte estreita e sem proteções laterais. Um pequeno desvio, um ligeiro "escorregão", levam ao abismo. Essa ponte chama-se Caridade Fraterna. Caminhar confiante sobre ela é a única maneira de se aproximar de Deus.

Ninguém consegue vencer o trajeto e atravessar a porta sozinho. Não basta dizer "Senhor, Senhor!" Não bastam orações fervorosas se não forem acompanhadas de ações concretas. Só ganha a Vida Eterna quem arrastar alguém atrás de si. O empenho é o passaporte para atravessar a porta estreita.

A porta estreita simboliza a vida de sacrifícios, representa a entrega e a partilha. A estrada é lamacenta, escorregadia, longa e perigosa. É preciso persistência para não desistir no primeiro tombo, pois não é fácil caminhar ao lado dos meninos de rua, do sem-teto, do sem-terra e do sem-nada.

Quem quiser atravessar a porta estreita deve trilhar a estrada que leva ao trabalho, à saúde, à distribuição de renda e à cidadania. O caminho é um só, não existem atalhos na caminhada junto aos excluídos. Jesus deixa bem claro que, sem luta e sem perseverança, as portas estreitas fecham-se de vez.

Nunca é demais lembrar que aqueles que, perante os olhos da sociedade, ocupam hoje os últimos lugares, perante Deus ocuparão lugares de destaque. É para parar e pensar…

Resumindo, Jesus disse que amanhã poderá ser muito tarde, é preciso assumir agora, pois quem não viver o amor, vai encontrar a porta fechada, vai ficar eternamente do lado de fora, gritando e pedindo clemência.



Fonte: Portal Paulus e Comentário de Jorge Lorente para Milícia da Imaculada
Imagem: Google
Vídeo: Brasil Migrante - Youtube

sábado, 21 de agosto de 2010

Vasco da Gama 112 anos



Vasco da Gama 112 anos

Neste sábado, 21 de agosto de 2010, o Club de Regatas Vasco da Gama completa 112 anos de existência. Durante toda a sua História de conquistas, o Gigante da Colina se tornou um dos maiores Clubes do mundo. Marcado sempre pelo pioneirismo, foi um dos que mais lutou pela presença de negros e pobres no futebol.

O Vasco foi o primeiro Clube a conquistar o Campeonato Sul-Americano, vencendo de forma invicta em 1948, o único Time brasileiro a conquistar a Taça Libertadores da América no seu centenário, em 1998, e deu origem a uma das viradas mais marcantes da história do futebol, na conquista da Copa Mercosul em 2000. Isso sem contar a famosa fábrica de artilheiros em São Januário com Roberto Dinamite, Romário e Edmundo.

Parabéns Vasco da Gama,
pelos seus 112 anos!



Fonte: Site Oficial Vasco da Gama
Imagem: Google
Vídeo: 4Shared by robertodearaujocorreia

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Não deu pro Vicetória


Não deu pro Vicetória

Pela Copa Sul-Americana o Vicetória sucumbiu diante do Palmeiras pelo placar de 3 a 0.

o resultado tirou a grande chance do rubro-negro baiano de chegar a vice-campeão da competição, que é mais um título que ele não terá.

Depois de derrotado na final da Copa do Brasil para os moleques da vila, o leãozinho do barradão, vem confirmando que a coisa tá feia pra eles.

Enquanto isso a Torcida do Bahêa compôs um xote para reforçar a sua superioridade e homenagear a má fase pela qual o arqui-rival passou, ao perder mais um campeonato e não conseguir ir adiante em outro, em sua incessante tentativa de conquistar uma estrela para bordar na camisa.

Vale a pena ouvir a música Tricolor em provocação ao Vitória.



Imagem: Google
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Colorado, cada vez mais Internacional!

Internacional de Porto Alegre
Bi-Campeão da Copa Libertadores da América




Fonte: Anima Tunes
Vídeo: 4Shared by robertoarcor

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A falta de respeito é uma deficiência grave


A falta de respeito é uma deficiência grave

Campanha promovida pela Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência). Uma organização filantrópica de assistência social, que atua no atendimento e na defesa de direitos, promovendo a inclusão, a reabilitação e a capacitação de pessoas com todo tipo de deficiência e também de pessoas em situação de risco social.

A Avape tem como missão promover as competências das pessoas com deficiência visando à sua autonomia, segurança e dignidade para o exercício da cidadania.




Fonte: Avape

Imagem:
Avape

Vídeo: 4Shared by robertoarco

terça-feira, 17 de agosto de 2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

domingo, 15 de agosto de 2010

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (1,39-56)

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Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (1,39-56)

Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu".

Então Maria disse: "A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre".

Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.



Fonte: Portal Paulus
Imagem: TinyPic by robertoarcor
Vídeo: Brasil Migrante - Youtube

sábado, 14 de agosto de 2010

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ordem Teutônica


Ordem Teutônica

A Ordem dos cavaleiros Teutônicos, ou Ordo Domus Sanctae Mariae Teutonicorum, foi fundada em 1190 para cuidar de cruzados feridos ou que necessitassem de algum tipo de assistência. Oito anos depois, seguindo o exemplo de outras organizações de cruzados, como os Templários e os Hospitalários, foi transformada numa ordem de cavalaria e subordinada diretamente ao Papa. Nos anos seguintes, cresceu rapidamente e, por volta de 1300, possuía cerca de 300 comendas, devidas a cruzados piedosos que lhe doavam dinheiro, terras, igrejas, mosteiros, conventos e hospitais.

O grão-mestre nomeava comendadores locais – chamados Landmeister (mestres provinciais) – em algumas províncias. O mestre provincial para a Alemanha recebeu mais tarde o título de Deutschmeister (mestre teutônico). Inicialmente, eram divididos em cavaleiros, que precisam demonstrar pertencer a antigas famílias nobres, e sacerdotes, que não tinham essa obrigação e cuja função era administrar os sacramentos aos cavaleiros e aos doentes nos hospitais. Mais tarde foi acrescentada a classe dos irmãos servidores ou sargentos, que usavam uma cruz de apenas três ramos para mostrar que não eram membros plenos da Ordem.

Os principais cargos abaixo do grão-mestre eram o de Grande Comendador (seu imediato), Grande Marechal (comandante dos cavaleiros e das tropas ordinárias), Grande Hospitalário (encarregado dos doentes e dos pobres), Drapier (responsável pelas construções e vestimentas) e Tesoureiro (administrador das propriedades). Os cavaleiros eram recrutados principalmente na Westphalia.

Em 1211, o rei André da Hungria convidou os cavaleiros a se estabelecerem na fronteira da Transilvânia. Os belicosos cumanos eram uma ameaça constante e os húngaros esperavam que os cavaleiros oferecessem proteção contra seus ataques. O rei dispôs se a dar-lhes considerável autonomia sobre as terras que capturassem com a missão de cristianizar seus habitantes, mas não aceitou sua exigência de total independência e em 1215 ordenou-lhes que saíssem.

A ordem foi, porém, particularmente favorecida pelo Sacro Império. Em 1214, os grão-mestres passaram a ser membros da corte imperial. Em 1217, o Papa Honório III proclamou uma Cruzada contra os pagãos da Prússia e em 1225, o duque Conrado da Masóvia, invadido pelos prussianos, pediu a assistência dos cavaleiros Teutônicos, prometendo ao grão-mestre Culm, Dobrzin e todos os territórios que os cavaleiros viessem a conquistar.

Em 1226, o imperador da Alemanha lhes ofereceu a soberania sobre as terras que conquistassem como feudos imediatos do Império e a participação do grão-mestre na Dieta Imperial, na qualidade de príncipe. Em 1237, os cavaleiros Teutônicos absorveram a Ordem dos Cavaleiros da Espada, uma irmandade menor, mas poderosa, que controlava a Livônia e a Estônia, mas havia sido enfraquecida por uma séria derrota. Seu mestre tornou-se mestre provincial da Livônia e mais tarde recebeu também a distinção de príncipe da Dieta Imperial, junto com o mestre teutônico. Em 50 anos, os cavaleiros conquistaram toda a Prússia, em 160 anos consolidaram seu poder sobre todo o noroeste da Europa, incluindo as atuais Estônia e Letônia.

Em 1262, os cavaleiros Teutônicos foram autorizados pelo Papa a conservar suas propriedades hereditárias e participar do comércio, virtualmente abandonando os votos de pobreza e no ano seguinte ganharam o monopólio do comércio de grãos na Prússia. Os cavaleiros também podiam escravizar os pagãos capturados; quanto aos convertidos, eram dominados como servos feudais e podiam ser convocados a ajudá-los como tropas auxiliares, sujeitas aos maiores perigos. Os cavaleiros enfrentavam frequentes revoltas e geralmente passavam apenas alguns anos prestando serviço no leste da Europa antes de irem para as propriedades na Alemanha ou para a Palestina.

Em 1291, com a derrota dos cruzados em Acre e sua expulsão total da Palestina, os Teutônicos retiraram-se para Chipre e depois para Veneza. Em 1300, o Papa permitiu que se dedicassem exclusivamente à luta contra os pagãos do Báltico. Em 1309 sua sede foi transferida para Marienburg, na Prússia. Entretanto, o rei cristão da Polônia, temendo o poder dos cavaleiros, aliou-se de 1325 a 1343, com o grão-duque pagão da Lituânia, interrompendo as conquistas da Ordem.

Em 1370, a Lituânia sofreu uma grande derrota nas mãos dos cavaleiros, mas em 1386 seu grão-duque casou-se com a herdeira do trono da Polônia e converteu-se ao cristianismo, tomando o nome de Vladislau. Com a Lituânia cristianizada e unida à Polônia, a ordem teutônica perdeu sua principal razão de existir e começou a perder o apoio da Igreja e dos príncipes europeus. O próprio Papa lhe ordenou que chegasse a um acordo com o novo reino da Polônia-Lituânia. Mesmo assim, as disputas cresceram e logo os cavaleiros Teutônicos estavam em guerra também com dois outros reinos cristãos, Dinamarca e Suécia.

A ordem dos cavaleiros Teutônicos – então com 83 mil homens em armas – era um estado rico e poderoso, mas enfrentava o ressentimento de seus 2.140.000 súditos nativos e a desconfiança de seus vizinhos. Em 1410, a Polônia-Lituânia, aliada a duques alemães do Mecklemburg e da Pomerânia, reuniu um exército de 160 mil homens e os derrotou. Os cavaleiros conseguiram defender sua fortaleza em Marienburg e negociar um tratado de paz, endossado pelo Papa, que preservava suas fronteiras, mas seu poder ficou enfraquecido. Em 1466, tendo de enfrentar seus súditos e os poloneses ao mesmo tempo, perderam outra guerra e, com ela, a metade ocidental de suas terras e também sua soberania: o grão-mestre teve de reconhecer o rei da Polônia como seu suserano.

Em 1498, porém, a Ordem elegeu grão-mestre um membro de uma poderosa família principesca alemã – o príncipe Frederico da Saxônia, terceiro filho do Duque da Saxônia. Com o respaldo da dieta do Sacro Império, recuperou terras perdidas e recusou-se a prestar vassalagem aos reis da Polônia até sua morte em 1510. A Polônia, enfraquecida por problemas internos, não reagiu.

Convencidos de que estavam no rumo certo, em 1511, os cavaleiros decidiram novamente escolher um poderoso nobre alemão como seu líder: o margrave Alberto, da família Hohenzollern, senhora do Brandemburgo. Como seu antecessor, recusou-se a prestar homenagem ao rei da Polônia, mas sua posição foi enfraquecida pela postura do Imperador Maximiliano, que em 1515 assinou um tratado com a Polônia e exigiu que a Ordem recuasse às suas posições de 1467. O grão-mestre, porém, não obedeceu. Em vez disso, assinou um tratado com a Rússia e vendeu terras ao Brandemburgo para assegurar o apoio de sua família.

A escalada do conflito chegou ao clímax em 1523, quando Martinho Lutero escreveu aos cavaleiros convidando-os a quebrar seus votos e se casarem. O Bispo de Sambia, que era também governador da Prússia em nome da Ordem, aderiu ao protestantismo e exortou os cavaleiros a segui-lo. Em 1524, o próprio grão-mestre decidiu abandonar seus votos, casar-se e converter a Prússia num ducado secular luterano, feudo do reino da Polônia, cujo rei, em troca, reconheceu a mudança e o direito do novo duque de fundar sua dinastia.

Parte da ordem permaneceu fiel à Igreja Católica, na Livônia e no sul da Alemanha, estabelecendo uma nova sede em Mergentheim, no Wurtemberg e em 1530 o Imperador deu-lhes soberania formal sobre a Prússia, desafiando os Hohenzollern. Ao longo das guerras que se seguiram, os protestantes do norte da Alemanha, valendo-se da rivalidade entre os reis católicos – os burbons da França e os habsburgos da Espanha e Áustria –, foram inicialmente vitoriosos.


Fonte: Ordem Teutônica - Uol
Imagem: Google

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ordem dos Hospitalários


Ordem dos Hospitalários

O nascimento da ordem data por volta do ano de 1050. De acordo com os crônicos, os comerciantes da antiga República Marinha de Amalfi obtiveram do Califa do Egito a autorização de construir uma igreja, um convento e um hospital em Jerusalém, para assistir os peregrinos de qualquer fé ou raça. A Ordem de São João de Jerusalém - comunidade monástica onde funcionou o hospital para os peregrinos na Terra Santa - tornou-se independente sob a orientação do Beato Gérard. Com a Bula de 15 de fevereiro de 1113, o Papa Paschoal II aprovou a fundação do hospital e colocou sob o tutela da Santa Sé, concedendo-lhe o direito de eleger livremente seus superiores sem nenhuma interferência por outras autoridades seculares ou religiosas. Em virtude daquela Bula papal, o hospital transformou-se numa Ordem isenta da igreja.

Cavaleiro Hospitalário

A constituição do Reino de Jerusalém, por obra dos Cruzados, obrigou a Ordem a participar na defesa militar dos doentes, dos peregrinos e dos territórios que os cruzados tinham conquistado dos muçulmanos. A ordem tornou-se assim religiosa e militar. Todos os cavaleiros eram religiosos, limitados pelos três votos monásticos da pobreza, castidade e obediência.

Com o tempo a Ordem adotou a cruz octogonal branca que é ainda hoje um símbolo São Juanista, e a sua missão ainda é de defender a cristandade.

Depois da perda do último baluarte na Terra Santa em 1291, a ordem se estabeleceu primeiramente em Chipre e então, em 1310, conduzido pelo Grão Mestre Fra ' Foulques de Villaret, à ilha de Rhodes.

Passou a defesa do mundo cristão, o qual requereu a organização de uma força naval. Assim a ordem construiu uma poderosa frota naval no Mediterrâneo, lutando muitas batalhas famosas pela causa do Cristianismo, como por exemplo, as das Cruzadas na Síria e no Egito.

Os membros da Ordem que vieram para Rhodes de todas as partes da Europa foram agrupados de acordo com as línguas faladas. Havia assim, inicialmente, sete grupos de Línguas distintas: Provença, Auvergne, França, Itália, Aragão (Navarra), Inglaterra (com Escócia e Irlanda) e Alemanha.

Castela e Portugal se separaram em 1492 da língua de Aragão para constituir a oitava linguagem. Cada linguagem incluiu os Priorados ou os Grandes Priorados, bailiwicks e Commanderies.

A Ordem foi governada pelo Grão Mestre (Príncipe de Rhodes) e pelo Conselho Magistral tendo o seu próprio dinheiro, e manteve relações diplomáticas com outros Estados. Os escritórios elevados da Ordem foram dados aos representantes de Linguagens diferentes; e a Sede da Ordem é integrada por religiosos de diversas nacionalidades.

Após seis meses de assédio e de combates ferozes de encontro à frota e ao exército do Sultão Salomão, O Magnífico, os cavaleiros foram forçados a render-se em 1523. Deixaram Rhodes com as honras militares.

A Ordem ficou sem um território próprio até 1530, quando o Grão Mestre Fra' Philippe de Villiers de l'Isle Adam tomou posse da Ilha de Malta... um presente do Imperador Carlos V com a aprovação do Papa Clemente VII.

Estabeleceu-se que a Ordem deveria permanecer neutra em todas as guerras entre nações cristãs.

Em 1565 os cavaleiros, conduzidos pelo Grão Mestre Fra' Jean de la Vallette (este deu nome a capital de Malta, Valletta), defendeu a ilha do ataque e do grande assédio dos Turcos durante mais de três meses.

A frota da Ordem, então uma das mais poderosas no mediterrâneo, contribuiu para a destruição final do poder naval do Império Otomano na batalha de Lepanto em 1571.

Dois séculos mais tarde, em 1798, Napoleão Bonaparte ocupou a ilha durante sua campanha do Egito. Os cavaleiros, por causa da regra da Ordem que os proibia de levantar armas de encontro a outros cristãos, foram forçados a sair de Malta.

Em 1800 os ingleses ocuparam Malta, porém não foram reconhecidos os direitos de soberania da Ordem sobre Malta e somente com o tratado de Amiens (1802), ficou firmado que a Ordem jamais poderia retornar.

Em seguida, temporariamente residindo em Messina, em Catania e em Ferrara, em 1834 a Ordem estabeleceu-se em Roma, no Palácio de Malta, em Condotti 68 e da Villa Aventino, já que têm o status do extraterritorialidade.

Desde então, a missão original de assistência hospitalar transformou-se na principal atividade da Ordem, e cresceu mais forte durante todo o último século, especialmente por causa da contribuição das atividades realizadas pelo Grão Priorados e pelas associações nacionais presentes em vários países do mundo.

A atividade hospitalária e caritativa se desenrolaram em grande escala durante a Primeira e Segunda Grande Guerra sob a chefia do Grão Mestre Frey Ludovico Chigi della Rovere Albani e se intensificou ainda mais com o Grão Mestre Frei Angelo de Mojana di Cologna (1962-1988) cujo sucessor é o atual Príncipe e Grão Mestre Frei Andrew Bertie.


Fonte: Mundo Oculto
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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Conheça um pouco mais sobre a Ordem dos Templários


Conheça um pouco mais sobre a Ordem dos Templários

Templários são uma ordem ecumênica, não faz distinção de raça, credo, nacionalidade, religião e de estirpe.

Criada em 1118, na cidade de Jerusalém, por cavaleiros de origem francesa, a Ordem dos Templários tornou-se, nos séculos seguintes, uma instituição de enorme poder político, militar e econômico. Inicialmente suas funções limitavam-se aos territórios cristãos conquistados na Terra Santa durante o movimento das Cruzadas. Nas décadas seguintes, a Ordem se beneficiou de inúmeras doações de terra na Europa que lhe permitiram estabelecer uma rede de influência em todo o continente.

Com a tomada de Jerusalém pela primeira cruzada e o surgimento de um reino cristão, nove cavaleiros que dela participaram, pediram autorização para permanecer na cidade e proteger os peregrinos que para lá se dirigiam. Passaram então a viver nos estábulos do antigo Templo de Salomão, em Jerusalém.

Estes cavaleiros fizeram voto de pobreza e de castidade. O seu símbolo passou a ser o de um cavalo montado por dois cavaleiros. Em decorrência do local de sua sede, do voto de pobreza e da fé em Cristo, surgiu o nome da Ordem: Os Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ou simplesmente Cavaleiros Templários.

Segundo a lenda, nos primeiros nove anos de existência, eles se dedicaram a escavações feitas em sua sede. E nestas escavações, eles encontraram documentos e tesouros que os tornaram poderosos. Convém ressaltar que o Templo de Salomão era o local mais santo dos Judeus e era riquíssimo. Antes do segundo templo ser destruído pelos romanos, em represália a um levante judeu contra o poder de Roma, os sacerdotes teriam enterrado grande parte da riqueza como forma de evitar que fossem tomadas pelas legiões.

A história também diz que eles ficaram com a tutela do Santo Graal, o cálice onde foi coletado o sangue de Jesus Cristo na cruz, e o mesmo que foi usado na última ceia.

Graças ao empenho deles na defesa da Cristandade, ao heroísmo e à coragem demonstrados em inúmeras batalhas, e devido à absoluta conduta correta adotada, os locais que guardavam tornaram-se locais extremamente seguros e qualquer recinto protegido pela cruz da Ordem aparecia como se fora um oásis. Um lugar protegido pelo Senhor.

Era tal a confiança que despertavam que não tardou para que suas instalações se transformassem em estabelecimentos bancários, ainda que informais, fazendo deles entre os séculos XII e XIII, os principais fornecedores de crédito a quem os poderosos da época recorriam. Assim foi que se gerou a lenda da fortuna fabulosa do Tesouro dos Templários. Valentes até a temeridade e depositários de imensas fortunas, foram alvos da cobiça do Rei Felipe, o Belo, da França, que premido por necessidade de dinheiro, em consequência das incessantes guerras que movia aos seus vizinhos e temeroso do poderio dos Cavaleiros Templários, resolveu apoderar-se dos bens da Ordem.

Acusados de heresia perante a inquisição, os Templários foram denunciados por possuírem um esoterismo particular, sendo caluniados, espoliados e martirizados, retiraram-se para a Escócia, Inglaterra e Portugal, onde se juntaram à Maçonaria.

Hoje os Templários estão espalhados por todos os países onde dedicam suas atividades em prol do bem estar e moral da civilização e do progresso do ser humano de forma integral, como ajuda a orfanatos, amparo à velhice e às crianças desamparadas, oferecendo estímulo moral e material aos cientistas e estudiosos.

Sendo uma ordem ecumênica, não faz distinção de raça, credo, nacionalidade, religião e de estirpe. Respeitando as leis e as tradições de todos os povos nos países onde estendem suas atividades.

Fonte: Ordem dos Templários
Imagem: Google

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Cruzados, heróis ou vilões?


Cruzados, heróis ou vilões?

Por Deborah Azevedo

É incrível como as pessoas têm a tendência de criar heróis e vilões dentro da historiografia, Fazem isso, sem ao menos analisar o contexto histórico, os valores sócio-culturais-econômicos de uma determinada época, e pior, transportam seus valores atuais, para um passado onde estes, nunca existiram, criando seus “bandidos e mocinhos”.

Muitos destes, ou são desinformados sobre os acontecimentos e personagens históricos, ou em muitos casos, podemos dizer que são desonestos mesmo, pois usam determinados recortes históricos para passar uma visão totalmente falseada dos fatos, de acordo com seus interesses.

Como exemplo, podemos citar as acusações contra a Inquisição Católica pelos protestantes. Eles acusam enquanto também tiveram a sua Inquisição.

Um outro exemplo do qual gosto muito são dos marxistas-comunistas, que usam Lênin como bandeira, um homem que pretendia a igualdade de todas as classes, este dizia que iria destruir a mentalidade pequeno-burguesa, mas na prática, a incentivou, causando mais desigualdades sociais, dando privilégios e benefícios a algumas lideranças étnicas locais, enquanto outras ficaram à margem da sociedade soviética, em um país composto de mais de 100 nacionalidades, apenas 15 foram reconhecidas.

Estes são alguns exemplos de vilões e heróis, criados pela historiografia tendenciosa. O mesmo pode-se dizer que acontece com os Cruzados, eleitos os vilões da História, enquanto os muçulmanos são as vítimas, Saladino foi eleito o herói!

Mas o quanto existe de real em tudo isso?

A primeira pergunta que devemos fazer, quanto ao episódio das Cruzadas e a tomada de Jerusalém é a seguinte:

O que cristãos e muçulmanos estavam fazendo neste local, em meados de 1097, época da Primeira Cruzada?

Como é sabido de todos, o cristianismo nasceu em Jerusalém com seu fundador Jesus, e após sua morte, foi expandido por seus discípulos e principalmente por Paulo para regiões adjacentes e Europa.

É então natural que os primeiros cristãos tenham se fixado em Jerusalém, com sua crença tendo neste solo, seus locais sagrados e de peregrinação, afinal este é seu berço.

E os muçulmanos, de onde vieram, onde nasceu o Islã?

O Islamismo nasceu em Meca com seu fundador Maomé, na Península Árabe, por volta do ano 610. Após a morte do profeta, em 632, sucessores começaram a política de dominação e expansão islâmica, aliás, islã, em árabe significa submissão, e em menos de um século chegaram à Europa. Enfim, em 637 chegaram a Jerusalém, que na época fazia parte do Império Bizantino.

Durante toda expansão islâmica é sabido que onde encontraram resistência converteram povos à força da espada, com os locais cristianizados não seria diferente!

Ao dominar Jerusalém, impuseram a princípio a destruição de igrejas e sinagogas, um bom exemplo é que construíram sua Mesquita, Al-aksa, terceiro local mais sagrado para o Islã, em cima de um local sagrado para os judeus e cristãos, as ruínas do Templo, e obrigaram aos judeus e cristãos a pagarem pesados impostos e os escravizavam segundo suas necessidades.

Enquanto dominavam a terra que pertencia ao povo judeu, continuava sua expansão rumo a Europa.

Segundo documentação histórica, o Papa Urbano II em 1097, ao convocar soldados para a defesa dos lugares santos, e de Bizâncio, lembrou a população todos os atentados sofridos e males causados aos cristãos na Terra Santa e na Europa, como documentou Foucher de Chartres. Segue parte do discurso usado por Urbano II:

“De fato, como a maioria dentre vós já tem conhecimento, um povo vindo da Pérsia – os turcos – invadiu o país deles. Avançou até o Mediterrâneo e, mais precisamente, ao que chamamos de Braço de São Jorge. Nas terras da România, eles aumentaram seus territórios continuamente, em detrimento das terras de cristãos, depois de terem-nos vencido em sete ocasiões fazendo guerra. Muitos tombaram sob seus golpes, muitos foram reduzidos a escravidão. Estes turcos destroem igrejas, saqueiam o reino de Deus.”

Como o leitor pode observar, o Papa falava a um povo conhecedor de todas as misérias causadas pelos muçulmanos. É natural que a população tivesse muita mágoa deste povo, afinal tomaram suas terras, escravizavam os seus, destruíram suas igrejas, é compreensível que os homens, as mulheres, os jovens e os velhos quisessem ir às cruzadas. É sabido, também, que durante toda Idade Média, ocorriam peregrinações européias à Jerusalém, e que os maometanos capturavam os peregrinos no meio do caminho, para servi-los e no caso de resistência e não conversão, matavam sem pensar duas vezes!

É fato conhecido, como afirma José Jobson A. Arruda em sua obra, História Antiga e Medieval, que os muçulmanos compravam jovens escravas cristãs capturadas na Costa do mar Adriático para mandar para os seus haréns no Egito e Síria, e isso tudo com certeza revoltava a população do Ocidente.

Portanto, quanto o Imperador de Bizâncio Aleixo Commeno, pediu ajuda a Urbano II, contra os muçulmanos, sabia exatamente o que iria acontecer à sua bela cidade e capital Bizâncio, visto que estes, já tinham ocupado e dominado a cidade cristã de Nicéia.

Poderia o Papa deixar o Ocidente e Oriente cristão a mercê do Islã? Poderia ele deixar de prestar socorro a Igreja do Oriente? Isso, segundo sua mentalidade medieval talvez não parecesse falta de caridade? Não sabia ele, que depois da conquista de Bizâncio, Roma seria o próximo destino? Deveriam os cristãos ficar esperando seu fim, sem fazer nada?

Ora, qualquer um no lugar, teria feito o mesmo! Se defender! E por isso foi reunida uma força militar organizada, os Cavaleiros Pobres de Cristo, embora seja sabido que a primeira vez, o que se reúne para ir a Jerusalém, é exatamente um exército de homens e mulheres pobres e maltrapilhos, que não estavam preparados militarmente, e que foram exterminados pelo exército muçulmano, mas quem os pode acusar? Todos só queriam defender aquilo que estava sendo profanado, sua cidade Santa, todos só foram lutar pelo Cristianismo, que estava sendo ameaçado, juntamente com sua vida e dignidade! E sim, como prometera o Papa, aqueles que lutassem para que o Cristianismo não acabasse, ganhariam o céu! E acredito que o ganharam!

Este é o tempo que começam a surgir também as Ordens, como a dos Mercedários.

Segundo o Pe. José Herculano de Negreiros O.M, em seu livreto: Novena a Nossa Senhora das Mercês:

“Os cristãos eram capturados e submetidos a trabalhos forçados e à dura escravidão, da qual podiam melhorar ou livrar-se renunciando à fé Católica e abraçando as doutrinas e costumes muçulmanos. Infelizmente, muitos, ante a impossibilidade de aguentar uma vida tão ignominiosa, terminavam fazendo a vil troca de Cristo e sua Igreja por Maomé e seus costumes.”

Foi devido a esse tipo de situação que surgiu a Ordem dos Mercedários, para o resgate dos cristãos escravos.

Segundo o mesmo padre:

“Os maometanos saíam da península Ibérica onde também dominavam para ir aos mares da Itália e França assaltar embarcações, roubar, matar e levar para o cativeiro no norte da África os homens, mulheres e crianças que encontravam.”

A História registra também o surgimento de uma outra Ordem, Ordem dos Hospitalários segundo o Historiador George Tates, especialista em Oriente dos séculos III ao XII D.C e professor na Universidade de Versailles, esta surge para cuidar dos doentes e peregrinos, que se encontravam próximos a Igreja do Santo Sepulcro em por volta de 1070, esta Ordem de caridade acabou se transformando em Ordem militar, para proteger peregrinos dos sarracenos, aos monges de tal Ordem também foram dados numerosas fortalezas no Condado de Trípoli, e a eles cabia a defesa das mesmas.

Agora leitor, pense comigo: Se não houvesse necessidade, para quê os monges deixariam suas orações para pegar em armas? Se não houvesse perigo porque fazer fortalezas fortificadas? Será que a Terra Santa era tão segura? De quê tinham medo? Afinal de contas, não afirma a historiografia que a Igreja neste tempo, era a toda poderosa?!

Antes da chegada dos maometanos, todas as casas dos Hospitalários eram conventos, casas de oração, tiveram então, que se adaptar aos novos tempos tão perigosos!

Segundo Tates, surge também a “Cavalaria dos Pobres de Cristo” ou, os Cavaleiros do Templo, como passaram a ser chamados pela população, os Templários, sua função, a proteção dos peregrinos, que seguiam nas estradas que conduziam a Jerusalém e Jericó.

Surge então no cenário uma figura tão criticada nos dias de hoje, São Bernardo, com bases nas opiniões e moralismos atuais, que não leva em conta os tempos difíceis em que este homem viveu.

São Bernardo foi então convocado para animar os cavaleiros de Cristo, afirmando que aqueles que morressem em batalhas o fariam por amor a Cristo, portanto não tivessem medo de matar ou morrer para defender a Terra Santa que pertencia a Cristo.

Infelizmente, essa defesa teria que ser feita com armas, pois o inimigo não deixava outra escolha!

Caro leitor, São Bernardo tinha razão!!! Não há como imaginar os cristãos pedindo educadamente para os maometanos irem embora, e vê-los partindo sem reação. Os conflitos existentes entre judeus e palestinos até hoje, e o 11 de setembro, nos mostram que eles são guerreiros, que não desistem fácil daquilo que querem!

É perfeitamente compreensível que os homens da Idade Média pensassem assim, afinal, em toda parte estava o flagelo muçulmano. Porém é interessante ressaltar o seguinte trecho do discurso de São Bernardo, segundo documentação histórica, citada por Jean Richard, in L’ Espirit de croisade, Paris, 1969:

“Contudo não convém matar os pagãos, se for possível encontrar um outro meio de impedi-los de perseguir ou de oprimir os fiéis.”

Outro trecho interessante diz o seguinte:

“Que sejam repelidos para longe da cidade do Senhor, aqueles que contém a iniquidade, aqueles que se esforçam para roubar as inestimáveis riquezas que Jerusalém reserva ao povo cristão, aqueles que querem profanar lugares santos e se apropriar dos santuários de Deus.”

Percebe-se que no primeiro fragmento exposto, a intenção não era simplesmente matar, como sugerem muitos professores e historiadores desonestos, quando falam dos Cruzados, mas sim, se fosse possível manda-los embora sem conflitos, mas sabemos que isso não ocorria, não havia como evitar a luta.

No segundo fragmento São Bernardo nos fala de igrejas e lugares santos profanados, porque será que diz isso?

A arqueologia atual tem a resposta, qualquer um que visite Israel em turismo, hoje pode verificar as ruínas desse período. Os guias explicam aos turistas que a partir do ano de 969, começaram as perseguições contra cristãos e judeus, igrejas e sinagogas foram destruídas e o Santuário do Santo Sepulcro também o foi.

Por isso a defesa do legado cristão e da gente cristã era necessária!!!

A partir desta mesma época, com a expansão islâmica, sabe-se que em todos os lugares ocupados pelos muçulmanos, as peregrinações de cristãos tanto a Israel como a outros lugares santos ocupados, foram proibidas, e os cristãos neste lugares, oprimidos pelo novo sistema, que os obrigava à escolher entre conversão forçada ou morte!

Diante desta opção não tinham os cristãos outra opção a não ser lutar!

Quando chegaram às portas de Bizâncio, ficou claro, que a capital, onde existiam tantas relíquias cristãs e Igrejas e centro comercial da Europa deveria sim ser defendida, uma vez que já tinham tomado a cidade cristã de Nicéia, tão cara aos cristãos! Entram em cena os Cruzados!

Saladino “herói” e vencedor, no episódio da tomada de Jerusalém, é retratado no filme hollywoodiano “A Cruzada”, como um homem justo que permitiu que todos os cristãos fossem embora sem sofrer prejuízo. Mas será que ele foi tão bonzinho assim?

Segundo o professor de História francês Damien Carraz, em sua tese intitulada Ordres militaires, croisades et sociétés méridionales. L’ordre du Temple dans la basse vallée du Rhône. 1124-1312. A história não foi bem assim.

Ele cita que cristãos capturados eram em geral executados, embora todos saibam que o costume medieval em guerras, era as trocas de prisioneiros e os resgates.

Após a derrota Cristã de Haittin, em julho de 1187, Saladino mandou decapitar 200 Templários e Hospitalários, e ainda teria dito:

“Quero purificar a terra dessas duas ordens imundas, cujas práticas são sem utilidade, e jamais renunciarão à sua hostilidade e jamais servirão como escravos.”

Ao contrário da imagem que Hollywood quis passar, Saladino não foi tão bonzinho assim e a intenção dele era clara, fazer dos cristãos, escravos, aqueles que para ele não serviam, acabavam mortos!

Sabemos ainda que após Saladino um outro sultão inflingiu grande perseguição aos cristãos e judeus. Ainda hoje o turista ao ir a Israel, pode ver as ruínas de cidades cruzadas, de igrejas e sinagogas destruídas por Baibars I, sultão mameluco que reinou no Egito e na Síria, por volta de 1260 a 1277.

Portanto é muito conveniente para aqueles que não viveram as difuculdades dos cristãos da Idade Média apontar o dedo no rosto daqueles que apenas tentaram defender os seus, e sua religião. O julgamento daquela gente não pertence a nós, que não vivemos e não entendemos os sentimentos, as dificuldades e necessidades deles, e sim a Deus que tudo vê e tudo sabe.

Você que está lendo este texto agora, permitiria que alguém entrasse na sua casa, destruísse todos seus móveis, roubasse seus bens, destruísse sua casa, matasse seus amigos e parentes, levasse seus filhos como escravos e ainda sua esposa e suas filhas para um harém? Se sua resposta for sim, então, caro leitor, pode começar a dormir sem passar trancas nas portas de sua casa, e esperar o ladrão.

Quem de nós numa situação dessas podendo pegar em armas para se defender não o faria?

Fica claro que aos cristãos não restou outra opção, a não ser se organizar e lutar. E se eles não o tivessem feito, você, caro leitor, talvez nem soubesse hoje o que é cristianismo.


Fonte:

Imagem: Google.


Deborah Azevedo , Historiadora.

O Oriente das Cruzadas, George Tate, editora Objetiva, 2008.

Discurso de Urbano II pág. 130.

Discurso de São Bernardo pág. 146 e 147.


Livreto: Novena a Nossa Senhora das Mercês, Pe. José Herculano de Negreiros, OM, edições Loyola, págs. 3 e 4.