Prática religiosa no mundo virtual
Na porta da igreja, o cartaz faz um apelo aos cristãos: não delete Jesus da sua vida. A ideia é convidar os fiéis a frequentar mais o templo. No mundo virtual, a prática religiosa online anda cada vez mais frequente.
Pela internet, o devoto está a um passo, ou um clic da fé. Os católicos podem acender vela pra Nossa Senhora, mandar rezar missa, fazer oração.
A funcionária pública Julia de Carvalho confessa: é uma devota ponto.com. “Acendo vela, rezo terço, pela internet. Devota online. Às vezes não tenho tempo e aí faço em casa, pela internet”, diz.
Até freiras que vivem em clausura, se abriram para a internet. É possível mandar e-mail para as irmãs Clarissas. Evangélicos participam de cultos em tempo real. Espíritas podem ouvir palestras de Chico Xavier.
Judeus podem estudar, comprar livros e objetos religiosos e já foi criado até um site para fazer macumba sem sair de casa.
A confissão, que sempre foi sigilosa, feita em voz baixa, anda mudando de figura. Em um site, o pecador confessa os erros por escrito, protegido pelo anonimato ou por um pseudônimo. O pecado fica exposto durante alguns dias, um tempo para o pecador se arrepender.
Traição, ganância, ciúme. As fraquezas humanas estão todas lá. Padre José Roberto adverte: confissão só vale na presença do sacerdote, mas não desaprova a fé ponto.com. “Se a garotada fica diante do computador da internet todo dia porque não pode também se comunicar com Deus por esse instrumento”, fala o padre.
“Se a pessoa quer fazer de forma virtual, se quer fazer em outro ambiente, também é muito válido, o empate é ter Deus no coração”, diz uma devota.
Fonte: Jornal da Globo - Edição de 21/09/2010
Vídeo: Globo Vídeos
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