domingo, 13 de dezembro de 2009

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 3,10-18

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 3,10-18

Naquele tempo, as multidões perguntavam a João: "Que devemos fazer?" João respondia: "Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!".

Foram também para o batismo cobradores de impostos, e perguntaram a João: "Mestre, que devemos fazer?" João respondeu: "Não cobreis mais do que foi estabelecido". Havia também soldados que perguntavam: "E nós, que devemos fazer?" João respondia: "Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!".

O povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o messias. Por isso, João declarou a todos: "Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga". E ainda de muitos outros modos, João anunciava ao povo a boa nova.

Comentário

Em atitude de espera

Pe.Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp

"Dormir no ponto" é uma expressão que, ao pé da letra, significa perder o transporte já no ponto de espera. É o mesmo que dizer: "Fez tanto esforço, planejou a viagem, comprou as passagens, levantou cedo, porém, na hora de partir, cochilou e a condução passou". Aplicando essa frase à nossa vida e tendo em conta o tempo do Advento, dormir no ponto é descuidar da espera vigilante.

A espera vigilante tem que ver com nosso esforço de não permitir que o "natal comercial" encubra o verdadeiro sentido da festa do Natal do Senhor.

Conforme a narrativa do evangelho de hoje, "o povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João seria o Messias" (Lc 3,15). A expectativa e as perguntas íntimas do povo revelam a característica do tempo do Advento: espera questionadora, acordada, desejosa da boa-nova.

A pergunta do povo: "que devemos fazer?" é indicativa de uma atitude interessada em acolher a no-vidade e não se deixar enganar. É a vontade de mudança. É o cuidado para "não dormir no ponto".

Daí a importância de nosso posicionamento crítico ante a "loucura" e a correria nas ruas e nos centros comerciais nesta época do ano: para que isso? As vitrines dos shoppings, por exemplo, são sedutoras e o "menino" que vai chegar no Natal não passa ali de mero enfeite. Essa realidade constitui, no mínimo, grande desafio para o cristão.

Portanto, parece necessário redescobrimos o que quer dizer celebrar o Natal. Parece igualmente necessário atentarmos para o conteúdo das respostas apresentadas por João Batista aos seus interlocutores: a partilha dos bens essenciais ao conforto do corpo e a prática de ações não violentas. João, por assim dizer, "não dormiu no ponto", mas foi direto ao essencial.

Ele não perdeu tempo com discursos vazios ou palavreado complicado. Sua mensagem é um convite à conversão. A partilha e a paz são fruto de corações que se deixam guiar pela justiça do reino de Deus.

A expectativa da chegada do Natal é, pois, um apelo para nós. Apelo para trabalharmos por uma comunidade unida, alegre, fraterna, em que todos possam viver em paz. Trata-se de desafio constante. E é também a certeza de outro mundo possível: mundo conforme a vontade de Deus e ao esforço de mulheres e homens.

Vídeo:Dom António Couto, Bispo Auxiliar da Diocese de Braga – Portugal
Fonte: http://www.paulus.com.br

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