segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Etiqueta no trânsito

Etiqueta no trânsito


No contato pessoal, não é raro alguém ceder lugar em ônibus a grávidas e idosos ou deixar que o outro entre antes no elevador. Ao volante, é comum essas mesmas pessoas esquecerem tal cordialidade. Pensando nisso, elaboramos dez regras básicas de etiqueta automotiva que mostram uma relação simples de causa e consequência: se você atrapalha o trânsito, o maior prejudicado será você. “Não se deve tratar o trânsito como algo individual, onde só prevalece o pessoal, mas como algo coletivo, onde todos devem se conscientizar de que todos necessitam sair de um local para chegar a outro, respeitando mutuamente esse direito”, diz Paulo Garbi, tenente da Polícia Militar e assistente da divisão de educação de trânsito do Detran-SP. Conheça, então, as lições de cidadania que fazem bem ao trânsito, aos outros motoristas e à sua segurança.

Só compre peça de origem comprovada

Pode parecer inocente você visitar aquele desmanche suspeito ou comprar pneus e rodas em pontos montados na rua. Sem saber de onde vêm as peças, é bem possível que você esteja alimentando a indústria do roubo, que vai usar você e seu carro como matérias-primas. Aquele rádio bacana que você viu baratinho no camelô pode ser aquele que levaram do seu carro. Se não for, e você continuar comprando, pode apostar: um dia a vítima será você.

Antecipe-se ao trânsito

Ao dirigir, a atenção não deve ficar apenas no que está logo à frente, mas sim alguns (ou muitos) metros adiante. Pode haver obras, buracos, acidentes ou pessoas na pista. Se for o caso, mude de faixa assim que possível e evite travar o trânsito. Isso poupa seu tempo e o dos outros e previne acidentes, já que você se antecipa ao que vai acontecer à frente. Se for entrar à esquerda, vá para a faixa certa antes de virar. Não deixe para cruzar duas faixas de uma vez, atrapalhando o tráfego e aumentando o risco de uma colisão.

Respeite os limites do outro

Muitas vezes o motorista que atravessou seu caminho não é mal-educado, mas sim pouco hábil ao volante. Saiba diferenciar uma atitude da outra. “Ajudaria muito se as pessoas percebessem que os outros motoristas não estão tentando agredi-las. Assim fica fácil ver que uma fechada no trânsito é mais fruto da inabilidade ou da pressa do outro condutor e não um atentado contra sua dignidade”, diz a psicanalista Débora Damasceno. Se você não for muito bom de volante, respeite os outros: mantenha-se à direita, mesmo que você esteja no limite para aquela via. Primeiro, porque você não é fiscal de velocidade. Segundo, porque ambulâncias, policiais ou mesmo pessoas em uma situação de emergência podem querer passar.

Cuide bem de você

Procure dirigir em ótimas condições de saúde e atenção. Vá ao banheiro antes, não tome remédios nem coma nada que provoque sonolência e evite fumar. “Acender um cigarro à noite produz, pela claridade, uma reação de ofuscamento que precisa de 3 a 4 segundos para que a pupila volte ao normal. Com os fósforos, soma-se o perigo de brasas saltarem no rosto ou corpo, produzindo reação de autoproteção, que pode causar acidente. As cinzas ainda podem cair no corpo e olhos, produzindo a mesma reação”, diz Dirceu Alves Júnior, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego. Também não se deve consumir drogas ou bebidas antes de assumir o volante, o que todos já sabem, e nunca se deve dirigir com sono. “O sono é fator comum para a ocorrência do acidente. Ao dirigir, sentiu sono? Pare e durma”, afirma Alves.

Concentre-se em dirigir

Precisa ligar para alguém, ler o jornal, se maquiar? Pare o carro ou faça depois. É isso que ajuda a tornar o trânsito o caos que ele é hoje. Ao volante, concentre-se em dirigir. Mantenha as duas mãos no aro, em posição “15 para as 3”, o que facilita manobras e melhora a reação. Quem se ocupa de outras coisas, além de atrapalhar o fluxo, também corre o risco de causar acidentes. “Ninguém se sente tranquilo ao escutar o celular tocar. A reação instintiva é levar a mão ao aparelho. Ao atendê-lo, desvia-se a atenção e passa-se a dirigir mecanicamente e apenas com uma mão. É um ato de extrema insegurança”, diz Alves.

Prepare-se para dirigir

Antes de sair, ajuste espelhos e banco e não esqueça o cinto. “Na afobação de sair, coloca-se o cinto com o veículo em movimento, o que gera de 3 a 4 segundos de desatenção, suficientes para causar um acidente”, diz Alves. E tenha sempre um saquinho para o lixo. Além de sujar a rua e ser mau exemplo para os filhos, jogar lixo pela janela pode render multa de R$ 191,54 e 7 pontos na carteira.

Mantenha a fluidez do trânsito

Quer passear despreocupadamente de carro? Escolha um dia calmo e uma rua pouco movimentada. Não atrapalhe nem diminua a velocidade das faixas. Precisa pegar o filho na escola? Estacione em lugar permitido, não em fila dupla, ou ensine o menino a usar transporte coletivo. Errou a entrada? Faça o retorno corretamente, não dê ré no meio da via. Respeite os outros para ser respeitado do mesmo modo.

Não banque o espertalhão

Às vezes ocorrem acidentes e obstruções na estrada. Não é andando pelo acostamento ou ultrapassando os carros parados, e desrespeitando todos que tiveram a paciência de esperar, que você vai facilitar o tráfego. Ao contrário: quem esperou tende a criar confusão por ser ultrapassado por um motorista folgado. Se você errou o caminho, espere que lhe deem passagem. O mesmo vale ao estacionar em mercados, shoppings ou ruas. Se alguém já esperava pela vaga, a preferência é dele. Além de falta de educação, é péssimo exemplo para os filhos e corre o risco de virar uma briga que pode descambar para agressão física.

Não alimente o comércio ambulante

Comprar produtos de vendedores nos semáforos ou dar esmolas a crianças não são atitudes benéficas, pelo contrário. Não é raro ver crianças vendendo balas ou fazendo malabarismo, certamente “empregadas” por algum adulto. Comprar produtos também tem seus riscos. Primeiro, porque o vendedor pode ser um olheiro de ladrões, avisando sobre itens de valor no carro. Segundo, porque, mesmo que o vendedor seja honesto, o fato de ele circular entre os veículos o coloca em risco e, em caso de uma venda bem-sucedida, atrapalha o trânsito até o outro terminar de pagar e receber o troco.

Evite a pressa

A urgência de chegar a um encontro leva as pessoas a cometer barbaridades, como não respeitar quem esperava por uma vaga ou ultrapassar em lugar proibido. Mas uma das piores infrações mesmo é andar no acostamento. Além do prejuízo (multa de R$ 574,62 e mais 7 pontos), pode haver danos irreversíveis. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, 38% das mortes em estradas são causadas por atropelamentos, boa parte deles em acostamentos.

Fonte:http://www.quatrorodas.abril.com.br

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